domingo, 2 de janeiro de 2011

A História da Cerveja

A cerveja é também conhecida como “pão líquido” por utilizar ingredientes em comum. Acredita-se, inclusive, que a descoberta da bebida aconteceu por acidente quando pão molhado fermentou, gerando uma espécie de cerveja primitiva.

Simplificadamente podemos dizer que cerveja é uma bebida  alcoólica produzida a partir da fermentação alcoólica do malte de cevada, contendo lúpulo e água de boa qualidade. Como os ingredientes usados para fazer cerveja diferem de acordo com o estilo (Pilsen, Weiss, Stout, entre outros), suas características (tipo, sabor e cor) variam amplamente.
Dito assim, este processo parece simples, porém fazer cerveja é algo que exige diversos controles para definir padrões de identidade e qualidade.
A História da Cerveja:
A cerveja era já conhecida pelos sumériosegípcios e mesopotâmios, a cerca de 5000 a.C. Referências a esta bebida foram encontradas em escavações de tumbas de faraós.
 A cerveja também é mencionada na Epopéia de Gilgamesh. Um poema sumeriano de 3.900 anos, homenageando a deusa dos cervejeiros, Ninkasi, contém a mais antiga receita que sobreviveu, descrevendo a produção de cerveja de cevada utilizando pão.


Na Mesopotâmia, a mais antiga evidência referente à cerveja está numa tabua sumeriana com cerca de 6.000 anos de idade, na qual se vêem pessoas tomando uma bebida através de juncos de uma tigela comunitária.


Já na Babilônia dá-se conta da existência de diferentes tipos de cerveja, originadas de diversas combinações de plantas e aromas, e o uso de diferentes quantidades de mel. O Código de Hamurabi, rei da Babilônia entre os anos de 1792 e 1750 a.C., incluía várias leis de comercialização, fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e deveres dos clientes das tabernas.
Posteriormente, no antigo Egito, a cerveja, segundo o escritor grego Ateneu de Náucratis (século III d.C.), teria sido inventada para ajudar a quem não tinha como pagar o vinho. Inscrições em hieróglifos e obras artísticas testemunham sobre o gosto deste povo pelo henket ou zythum, apreciada por todas as camadas sociais. Até um dos faraós, Ramsés III (1184-1153 a.C.), passou a ser conhecido como "faraó-cervejeiro" após doar aos sacerdotes do Templo de Amon 466.308 ânforas de cerveja provenientes de suas cervejarias.


A cerveja teve alguma importância na vida dos primeiros romanos, mas durante a República Romana, o vinho destronou a cerveja como a bebida alcoólica preferida, passando esta a ser considerada uma bebida própria de bárbaros.  Tácito, em seus dias, escreveu depreciativamente acerca da cerveja preparada pelos povos germânicos. 




Os conventos mais antigos que iniciaram a produção de cerveja foram os de  St. Gallen (Suíça), e os alemães Weihenstephan e St.Emmeran. Os beneditinos de Weihenstephan foramos primeiros a receber, oficialmente, autorização profissional para fabricação e venda de cerveja (1040 d.C.) e é hoje conhecida como a cervejaria em funcionamento mais antiga do mundo.

Lúpulo: "A alma da cerveja"
O uso de lúpulo na fabricação de cerveja remonta a 736 d.C no sul da Europa Central. 
No ano 719, no convento de Geisenfeld/Alemanha, foi encontrado um protocolo de receita de cerveja empregando "gruutus", uma mistura de ervas rica em lúpulos. O lúpulo alcançou sua importância no passado pelo fato de que suas substâncias amargas contribuíam significativamente para a preservação da cerveja, por causa da ação bactericida. A capacidade antisséptica do lúpulo foi descrita já no ano de 1153 d.C. pela Abadesa Hildegard von Bingen, com as palavras “putredines prohibet in amaritudine sua“ (seu amargor evita a deterioração).


Reinheitsgebot *:  Lei da Pureza
A Lei Alemã da Pureza, promulgada pelo Duque Guilherme IV da Baviera em 1516, determina que as cervejas não podem ser produzidas com a adição de qualquer outro ingrediente que não seja um dos quatro básicos: água, lúpulo, malte e fermento. Abaixo você pode ler a tradução do texto:


"Proclamamos com este decreto, por Autoridade de nossa Província, que no Ducado da Bavaria, bem como no país, nas cidades e nos mercados, as seguintes regras se aplicam à venda da cerveja:
De Michaelmas a Georgi, o preço para um Litro (1) ou uma cabeça (2), não pode exceder o valor do pfennig da moeda de Munich. De Georgi a Michaelmas, o Litro não será vendido por mais de dois pfennig do mesmo valor, e a cabeça não mais de três Heller (3). Se isto não for cumprido, a punição indicada abaixo será administrada.
Se todo cervejeiro tiver outra cerveja, que não a cerveja do verão, não deve vendê-la por mais de um pfennig por Litro. Além disso, nós desejamos enfatizar que no futuro em todas as cidades, nos mercados e no país, os únicos ingredientes usados para fabricação da cerveja devem ser malte de cevada, lúpulo e água.
Qualquer um que negligenciar, desrespeitar ou transgredir essas determinações, será punido pelas autoridades da corte que confiscarão tais barris de cerveja, sem falha.
Se, entretanto, um comerciante no país, na cidade ou nos mercados comprar dois ou três barris da cerveja (4) para revendê-los ao vendedor comum, apenas para este será permitido acrescentar mais um Heller por cabeç, do que o mencionado acima. Além disso, deverá acrescentar um imposto e aumentos subsequentes ao preço da cevada (considerando também que os tempos da colheita diferem, devido à localização das plantações).

Nós, o Ducado da Bavaria, teremos o direito de fazer apreensões para o bem de todos os interessados."

Guilherme IV
Duque da BavárIa


Foi em 1906 a Lei da Pureza se estendeu por toda a Alemanha, apesar das críticas da indústria da cerveja.
Após a Segunda Guerra Mundial, o decreto foi modificado e incorporado à regulamentação federal para a taxação da cerveja (Biersteuergesetz). Nas cervejas de baixa fermentação foram autorizados o malte de cevada, o lúpulo e a água, nas cervejas de alta fermentação foram autorizados, além disto, os maltes de outros cereais bem como um número limitado de açúcares e corantes.

Por último, maior liberdade foi deixadas às cervejas destinadas à exportação.





*Esta tradução da Reinheitsgebot, considerada a mais antiga norma de proteção ao consumidor, foi extraída do artigo "History of German Brewing" de Karl J. Eden, publicado na Revista Zymurgy, Vol. 16, no. 4 1993


(1)  A caneca da Baviera tinha na época 1,069 litros.
(2)  Tigela em forma semicircular para líquidos, com pouco menos de uma caneca de 1 litro.
(3)  O Heller geralmente equivale a meio Pfennig
(4)  Equivalente a 60 canecas de 1 litro



sábado, 1 de janeiro de 2011

Enfim...2011



Primeiros minutos de 2011...E nesta virada de ano não estou andando apressada pelas ruas de Campos do Jordão, apressada pelo frio...pela ânsia de ver a queima de fogos!
Talvez pelas mudanças do tempo (e não estou falando da chuva fina que está caindo de mansinho lá fora) mas sim das vêm implacáveis e necessárias, que mudam nossas expectativas e exigências... Esse tempo que nos faz dar valor ao que realmente é importante! Aos nossos verdadeiros amores.

Nesta virada sei que estou exatamente onde deveria estar...com aqueles que são a minha razão de existir!


Um brinde a 2011... Um brinde aos  meus amores!